[tempo de leitura: 5 minutos]
a vida nem sempre é extraordinária, mas às vezes é.
escrevo diretamente de um um desses dias em que a rotina é não ter rotina, em que tudo é novo, tudo é lindo. o sol é mais quente, o ar mais puro.
pois é, estou de férias na bahia e (pra mim) nada é mais extraordinário do que isso. perdoem a poesia e o excesso de positividade - eu tava precisando.
beijos, le :)
um texto ✍🏼
um dia me perguntaram:
- qual é o seu sonho?
e eu respondi:
- viajar.
eu tinha 15 anos, e o cenário era uma aula de inglês. o resto da sala também falou, mas não me lembro de nenhuma outra resposta, porque a minha própria ecoou em mim durante todo o exercício.
até aquele momento, tudo o que eu já tinha visto do mundo era o que a televisão me contava, além do bairro onde eu morava e das viagens da família para a visitar os mesmos parentes nos mesmos lugares.
foi ali que, talvez pela primeira vez, coloquei em palavras essa vontade que não sabia de onde, mas sabia de quando vinha.
desde criança eu sonhava com o mundo,
e arrisco dizer que ninguém plantou essa semente em mim.
minha mãe com seu medo de avião, meu pai com pouca aspiração a viajante… é uma daquelas particularidades na família, o tal do:
- "não sei a quem ela puxou…”
eu tão pouco sei de onde a vontade surgiu, mas é certo que me fez quem eu sou. sempre quis viajar, e assim que pude, fiz (e continuo fazendo) com ou sem companhia.
“quanta coragem!”
é o que costumo ouvir quando conto que viajo sozinha.
o que ninguém sabe é que o que me move é o medo. o medo de não conhecer os lugares que sempre sonhei, de depender de alguém para trilhar meus caminhos, de não sentir que sou grande o suficiente para me guiar.
é pelo medo de uma vida chata e incompleta que arrumo minhas malas e vou.
em poucos minutos de decisão, reúno todos os medos e deles faço coragem.
porque a vida é pequena, mas o mundo é grande, e conhecer o mundo me faz sentir maior.
duas citações 💬
“ficar em silêncio é como esvaziar o lixo. quando você para de jogar lixo no vazio – palavras, palavras e mais palavras –, algo importante sobe à superfície.” - lori gottlieb e elisa nazarian, em talvez você deva conversar com alguém.
“quantas possibilidades de júlia eu perdi pelo caminho para me transformar nesta júlia que sou agora?” - aline bei, em pequena coreografia do adeus.
três links 🔗
o amor é um hábito. pesquisas mostram que estamos cada vez mais sozinhos. como podemos cultivar nossos afetos pra que eles não morram? [link] - reflexão linda da
uma nova série para maratonar na netflix. fui assistir pensando que nada seria melhor que o filme, mas admito que essa nova versão ficou linda demais [link]
o aplicativo de fotos que eu uso pra criar essa vibe retrô [ios] [android]
Amo viajar sozinha, mas confesso que faz tempo que não faço isso, que texto mais lindo de ler, amei cada parte, as citações também, tenho repensado muito sobre as coisas que falo, e que é muito bom também o silêncio. E a outra citação sobre as nossas versões, eu estou nessa fase, é muito louco refletir sobre isso, mas também muito bom saber que durante essa vida/passagem por aqui, temos tantas de nós, e tantas vidas dentro de uma só. obrigada pelo texto, você tem um dom lindo de escrever!!
agora já quero uma viagem nossa, como é q faz?