› tempo de leitura: 4 minutos
› pra ler ouvindo: acenda o farol | tim maia
‹ edição anterior: #81 | ponto final
depois de correr tanto tempo, já com o corpo cansado e a testa pingando suor, avisto ali na frente a linha de chegada imaginária que eu mesma tracei.
sem cartazes de sinalização, sem platéia para me receber.
apenas eu e a linha invisível nos encontrando em um dia comum.
- “finalmente!”
penso aliviada, enquanto desacelero os passos e permito que o coração volte ao compasso natural.
apoio as mãos nos joelhos,
respiro bem fundo.
olho pra trás e vejo o caminho - que agora já não parece mais tão difícil ou assustador, pelo simples fato de ter ficado para trás.
olho ao redor e vejo o dia - as árvores chacoalhando devagar, o céu azul com nuvens brancas, o vento passando com cuidado pelo chão e arrastando algumas folhas no caminho.
e, por alguns minutos, me permito deixar a linha de chegada ali, paralisada no tempo.
enquanto experimento o peso da medalha que eu mesma me entreguei percebo que, nesse minuto, outras linhas de chegada já estão se formando.
mas, por hoje, não penso nelas.
me deixo estar aqui, presente no pódio que criei para comemorar mais uma conquista, mais uma fase, mais um pequeno marco que aconteceu em um dia comum e que vale a pena ser celebrado.
↓ pra gente conversar
evoluir leva tempo.
e nem sempre lembramos disso ao ouvir sobre as conquistas dos outros - ou ao compartilhar as nossas.
eu criei minha conta no substack em 2021, mas demorei mais de um ano até publicar meu primeiro texto.
no fim de 2022 me comprometi a escrever uma vez por semana e, de lá pra cá, quebrei e reatei esse acordo diversas vezes.
me questionei sobre o formato.
me questionei sobre o assunto.
me questionei sobre a necessidade de mais um conteúdo em uma internet já lotada de conteúdo.
me questionei sobre o que fazia dessa newsletter especial.
me questionei sobre o tempo que eu gastava escrevendo, sobre o que eu realmente queria escrever, sobre quem lia e (mais ainda) sobre quem não queria ler.
e, no meio de tanta pergunta, continuei escrevendo.
eu realmente acho que existe uma força que nos faz voltar pros sonhos que fomos feitos para sonhar.
dois anos atrás eu sonhava em construir um espacinho na internet onde minhas reflexões pudessem morar. por isso, mesmo sem muitas certezas, continuei.
essa semana a teoricamente acumulou mil inscritos.
eu gosto de imaginar que, quando aperto “enviar”, mil pessoas puxam uma cadeira e separam tempo para viajar comigo por temas, memórias e lugares.
e ai muita gente pode se perguntar:
- “na era dos milhões de seguidores, quanto vale mil leitores?”
pra mim, não tem preço.
-
e pra você que quer bater papo pra além da news, agora temos um espaço cheio de indicações e aleatoriedades, exclusivo para leitores da teoricamente :) - vem pro chat!
✨
apesar das ruínas e da morte,
onde sempre acabou cada ilusão,
a força dos meus sonhos é tão forte,
que de tudo renasce a exaltação
e nunca as minhas mãos ficam vazias.
- sophia de mello breyner andresen
✨
↓ rapidinhas
› um vídeo sobre maratona que retrata muito além do esporte ↓
› que não nos falte esperança: um podcast sincero sobre o que realmente importa nessa vida cheia de linhas de chegada - pra ouvir com calma [link]
› “se você não conhece alguém que está treinando para correr uma meia maratona - provavelmente esse alguém é você”. já dá pra dizer que a corrida foi o esporte mais desejado de 2024? [link]
› duas semanas como entregadora de ifood, um retrato da economia compartilhada [link]
oi!
a edição de hoje é pra te lembrar que o fim do ano está logo ai, e isso pode te trazer um sorriso de alívio e felicidade ou uma chuva de autocobrança e insatisfação.
escolha como olhar para você nesse resto de 2024 🤎
te espero semana que vem!
le :)
PELO que estamos correndo, né minha amiga? 🌻
🌻