[tempo de leitura: 3 minutos]
nos últimos tempos o assunto "solidão” apareceu, de maneiras diferentes, em várias das minhas conversas.
depois de muito ler, pensar e conectar, aqui está uma edição com reflexões e links sobre esse tema incômodo que eu finalmente consegui encarar.
espero que essa edição te faça sentir menos sozinha(o).
beijos, le :)
um texto ✍🏼
da escola para a faculdade, da adolescência para a vida adulta, do primeiro emprego para o segundo, do status de solteiro para o de comprometido, do bairro antigo para o atual…
para cada novo ciclo da vida: uma nova rotina, novos sonhos, novos medos, novos conhecidos e… menos amigos.
enquanto focamos os olhos nas reuniões da agenda, na lista de tarefas e no próximo passo, velhos companheiros nos dizem adeus.
quando menos se espera, estamos comemorando sozinhos nossa melhor versão, conquistada na base do isolamento e da solidão.
nos venderam a ideia de que somos os protagonistas das nossas vidas, e que a jornada de todo herói é solitária.
se esqueceram que nenhum filme, por menor que seja, se faz sozinho.
se a solidão é o problema da vez, saibamos reconhecer os momentos em que não vale a pena estarmos só.
que na correria dos dias mais difíceis ainda nos sobre tempo para mensagens de carinho, encontros fora da agenda, bate-papos sem compromisso, cafézinhos sem razão.
que, ao olhar para trás, fique registrado não apenas os cargos que já tivemos, os salários que conquistamos e tudo o que compramos com ele, mas a riqueza das conexões que criamos e as memórias de todas as vezes em que celebramos a alegria de estar vivo ao lado de uma boa companhia.
duas citações 💬
“não soam trombetas quando momentos decisivos estão acontecendo em nossa vida, o destino se deixa conhecer silenciosamente.” [livro]
“uma marca das pessoas que estão dispostas a passar a vida aprendendo é que elas conseguem aprender algo com todo mundo que cruza seu caminho.” [livro]
três links 🔗
🚪
pandemia, busca incessante por autoconhecimento, algoritmos que conhecem nossos interesses como ninguém. assim surgiu o "mercado da melhor versão", uma jornada solitária, reflexo do cenário que vivemos nos últimos anos: “voltar-se totalmente à si, foi a saída de sobrevivência quando o mundo ao redor inspirava medo e incerteza” [link]
💬
“É um salva-vidas”, foi o que uma usuária disse sobre a plataforma que te permite fazer terapia com bots de inteligência artificial. nessa história, há quem defenda que esse tipo de atendimento não deve ser chamado de consulta e há quem veja com bons olhos a popularização do acesso à informação sobre saúde mental. afinal, em tempos de solidão, computador é companhia? [link]
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As redes sociais se tornaram veículos de publicidade, e os usuários agora as veem como plataformas para promover produtos e serviços. Mas uma nova tendência de comportamento pode mudar tudo isso: as redes sociais focadas em interesses pessoais. [link]
Fiz essa leitura simples, mas impactante e reflexiva e só consegui pensar numa frase de Fernando Pessoa, "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só nasceste escravo". E ainda mais, Josh Billings escreveu outro pensamento que dizia que solidão é um bom lugar pra de visitar as vezes, porém um péssimo lugar para se adotar como morada.
Esses dois pensamentos que guardei junto a um monte de outras frases e até hoje não esqueci — principalmente porque acredito em ambos os pensamentos — junto a essa escrita de 3 minutos me fez repensar sobre minha "liberdade" ou até mesmo minha "solitude".
Agradeço pela escrita de hoje.