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quando pequena, eu tinha o costume de caminhar pelo bairro contando as árvores.
bem na frente do quintal da minha vó tinham duas, uma de cada lado do portãozinho de ferro que separava a casa da rua.
um dia, enquanto brincava, ouvi:
- “vai precisar cortar…"
- “as duas?”
- “as duas.”
era um problema que envolvia raízes, canos e todas essas coisas que ficam no subterrâneo e, com o tempo, esquecemos que existem.
foi só então que eu percebi: as árvores já estavam ali, nós que chegamos depois.
como menina da cidade, demorou pra ficar claro que a ordem era essa: primeiro, a natureza e, só depois, o asfalto, a calçada, o quintal e a casa.
com a inocência de uma criança, me peguei pensando na solidão daquelas duas, que ficaram de pé por tantos anos, vendo todas as outras caindo para dar lugar a mais concreto.
semanas depois, as árvores foram cortadas,
os problemas com os canos consertados,
mas as tardes no quintal da minha vó nunca mais foram as mesmas.
faltava a sombra fresca, a brisa leve e a bagunça das folhas caindo no quintal de ardósia verde, que ela fazia questão de varrer todo dia, sem falta.
ainda hoje, quando passo em frente a casa, imagino aquela dupla que me serviu de abrigo em tantas tardes quentes, com seus galhos verdes enfeitando a entrada.
e sempre que vejo uma plantinha nascendo no meio do asfalto, lembro que embaixo da cidade ainda existe terra.
é verdade que são paulo por vezes me sufoca. mas, assim como a natureza, procuro minhas brechas para continuar crescendo, não importa o lugar.
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eu acredito muito que as redes são o que fazemos delas. e elas podem ir além de um cartão de visitas profissional para alcançar milhares de pessoas. esse post é um convite pra você começar a usar essa rede de outra forma. [link]
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uma playlist para trabalhar
na edição #70 eu falei sobre um novo canal que descobri no youtube. uma das coisas que amei nos vídeos foi a trilha sonora linda (e perfeita pra ouvir enquanto trabalha, estuda ou precisa se concentrar). pra minha alegria, alguma boa alma teve a iniciativa de juntar todas as músicas em uma playlist no spotify. [link]
oi!
passei o recado aqui pro final da edição, porque:
1. fiquei curiosa pra saber sem lê até aqui e
2. acho que fica mais legal começar a edição direto no texto. tô doida ou você concorda?
uma coisa que nunca contei (e não sei se você percebeu): todas as fotos que aparecem na teoricamente sou eu mesma que tiro. no começo não era assim, mas com o tempo senti que, se é pra ser um conteúdo pessoal e verdadeiro, não daria pra usar fotos de banco de imagem. pra mim faz toda a diferença, espero que você goste.
bom, é isso! se você leu até aqui, deixa um like pra eu saber que você faz parte do grupo VIP de leitores dessa humilde newsletter 🤭até quarta que vem!
le :)
Sempre um texto breve, lindo, autêntico... Parabéns! Sua newsletter é uma delícia de ler!
bela e triste reflexão. lindo texto e lindas as fotos: adorei saber que são suas e super concordo que esse fato deixa o conteúdo mais autêntico. 🌱🧡
na minha rua ainda sobrevivem, do lado esquerdo pra baixo, três árvores. mas duas foram cortadas e isso faz MUITA diferença. fico pensando quando minhas vizinhas, que já são senhoras, se mudarem (ou se encantarem) e as casas forem vendidas e cortarem as únicas três árvores que ainda restam 😔