[edição 29 | tempo de leitura: 5 minutos]
se quatro anos atrás alguém viesse do futuro jurando que me viu dirigir por duas horas e meia até o interior de São Paulo, eu daria risada.
nessa época eu já tinha habilitação para dirigir há um ano, mas, por mais que tentasse, a angústia de sentar no banco do motorista sozinha me impedia de continuar.
cada vez que o carro morria, um novo desespero.
sempre que um semáforo chegava, a torcida para que não fechasse.naqueles anos, dirigir era sinônimo de ansiedade, e eu fugia o quanto podia para não me sentir assim.
até que um dia, cinco longos anos depois de tirar a carteira de motorista, aqui estou eu. com um carro no meu nome, dirigindo para qualquer lugar.
entre tantos futuros possíveis, eu cheguei nesse
mas a verdade é que o futuro é feito de vários "se” e, por isso, já me peguei pensando:
se eu não tivesse respeitado meu tempo, poderia ter me envolvido em um acidente, ficado traumatizada e nunca mais conseguiria dirigir.
se meus pais não tivessem um carro, eu teria demorado muito mais para treinar e continuaria sem dirigir por mais alguns anos.
se a pandemia não mudasse meu trabalho para o modelo home-office, talvez eu tivesse sentido a necessidade de dirigir até o escritório, me esforçado mais, e perdido o medo em menos tempo.
esses questionamentos só são válidos porque o futuro nunca está determinado.
segundo Joseph Voros, um futurista bem conhecido no campo, com mais de 25 anos de experiência pesquisando e ensinando sobre futuros e perspectivas, o futuro segue três "leis”:
o futuro não está predeterminado. portanto não existe um único futuro, mas sim futuro(s) possíveis.
o futuro não é previsível. ou seja, mesmo que ele fosse predeterminado, ainda assim nós não conseguiríamos prever o que está por vir.
nossas escolhas no presente influenciam o futuro. mesmo que não dê para determinar qual futuro teremos dentro de todas as possibilidades possíveis, sabemos que nossas ações no presente afetam o futuro diretamente.
tudo o que fazemos no presente pode nos levar à diferentes tipos de futuros em potencial. são eles:
os futuros possíveis. essa classe inclui todos os tipos de futuros que podemos (e que não podemos) imaginar.
os futuros plausíveis. são os cenários baseados no que temos conhecimento e que, ainda que não tenhamos tanta convicção sobre eles, sabemos que podem acontecer.
os futuros prováveis. são aqueles que se baseiam na continuidade de tendências do presente, comportamentos que já estão começando a acontecer e podem ou não se intensificar com o tempo.
os futuros preferíveis. são os futuros que queremos que aconteça, aqueles em que conseguimos implementar as mudanças necessárias no presente para que ele se concretize.
por isso é tão necessário se responsabilizar pelo presente
é ele em quem de fato nos leva ao futuro que sonhamos em ter (ou não). afinal, só podemos influenciar “o que ainda está por vir" e não podemos fazer nada sobre "o que já foi".
pode parecer óbvio, ou até frase motivacional clichê: "o amanhã se constrói hoje", mas é fato.
é no presente que construímos tanto o futuro, quanto o passado.
ele é a ponte que une tudo, e talvez por isso seja tão difícil viver o agora com a presença que ele exige.
entender que existem infinitos futuros pela frente pode ser um empurrão para nos fazer correr na direção do amanhã preferível, ao invés de apenas aceitar o provável.
"este artigo é uma 'cartilha' muito breve sobre estudos futuros e previsão. a intenção é fornecer alguns pontos de partida sólidos e orientação para pessoas que são novas no campo.”
🔗 um artigo de Joseph Voros para quem curte a ideia de pesquisar e mapear possíveis futuros.
quem ama falar sobre futuros no plural é o cinema. é só ver a lista enorme de filmes com viagem no tempo que têm sempre a mesma premissa: qualquer ação alterada no passado, muda o presente, porque te leva em direção à outro futuro possível.
aqui vão três indicações (para gostos muito diferentes) de produções que ajudam a entender de um jeito leve esse tema tão complexo quanto fascinante:
🎞 questão de tempo
com certeza o meu preferido. é engraçado, lindo e te faz refletir profundamente sobre a vida, o presente e o futuro.
🎞 de volta para o futuro
um clássico nunca é um clássico por acaso, se você nunca assistiu precisa assistir… acho impossível não gostar.
🎞 de volta aos 15
produção nacional para quem gosta de filmes adolescentes bobinhos. sem julgamentos, eu também gosto.
me ajuda a aumentar essa lista! se tiver alguma recomendação, deixa aí nos comentários. é só clicar no botão:
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oi!
a edição de hoje foi 100% influenciada pelo curso sobre inovação e futuro que comecei três dias atrás.
a verdade é que o futuro sempre me assustou muito, e talvez por isso eu tenha essa vontade absurda de entender mais sobre os sinais e pistas que enxergamos no presente sobre o que está por vir.
semana que vem vai ter mais descobertas sobre o tema por aqui, sempre de um jeito leve, partindo de reflexões pessoais (porque esse é o meu jeitinho de refletir sobre as coisas 🤷🏼♀️).
até quarta que vem,
Le
👩🏼💻 A Teoricamente é escrita por Leticia, profissional de comunicação sempre estudando sobre marca, comportamento e narrativa. Você pode me encontrar no LinkedIn e no Instagram (com mais frequência do que deveria).
Amei!