[edição 38 | tempo de leitura: 5 minutos]
parabéns pra você
nesta data querida
muitas felicidades
muitos anos de vida
muitos anos de vida
muitos
anos
de vida
celebrar um aniversário nunca é só sobre olhar para trás e rever o que passou.
a dica estava ali esse tempo todo, na canção que se repete desde o primeiro ano de vida, e eu não tinha me dado conta.
o aniversário é a celebração das conquistas, do passado, da história construída. mas é também o olhar ansioso pro futuro.
é a ponte entre os ontens e os amanhãs, mas é, acima de tudo, um momento de olhar com esperança para frente, para os muitos anos de vida que ainda virão e todas as possibilidades que eles podem trazer.
entre milhares de planos, sonhos e chances, fica aquela pergunta martelando baixinho na cabeça:
para que o amanhã seja assim, o que eu preciso começar agora?
uma coisa é certa: só conseguimos descobrir por onde começar sabendo onde queremos chegar.
enquanto você lia esse texto, um evento sobrenatural aconteceu 💨
avançamos no tempo.
estamos em 2030, e, depois do susto de se olhar no espelho e notar os sete anos a mais estampados no corpo, você começa a se dar conta do que conseguiu ou não cumprir da lista de desejos do seu aniversário de 2023.
olhando para você: o que permaneceu? o que mudou?
olhando para o mundo: o que há de novo?
entre as muitas notícias do dia 4 de outubro de 2030, você se depara com essa:
ao ler a manchete você se lembra que, em 2023, as mulheres dedicavam o dobro de tempo dos homens nas tarefas de cuidado da casa, como: cozinhar, lavar roupas, cuidar dos filhos, limpar a casa, fazer compras e entre tantas outras responsabilidades de uma lista quase infinita.
em 2023 elas gastavam, em média, 1.118 horas nessas tarefas, enquanto os homens gastavam 572 horas.
você também recorda de ter ouvido em algum lugar que, antes da pandemia da covid-19, 7 em cada 10 pessoas diagnosticadas com depressão e ansiedade no Brasil eram mulheres.
em 2023, a sobrecarga foi apontada como a segunda principal causa de ansiedade, depressão ou algum outro transtorno mental entre mulheres brasileiras, ficando atrás apenas dos problemas financeiros.
mas parece que nos últimos sete anos, o mundo voltou seus olhos para o problema da sobrecarga feminina. as empresas abraçaram a causa, o governo abraçou a causa, os homens abraçaram a causa, as famílias abraçaram a causa.
nos últimos sete anos, a sociedade se uniu pelo bem da saúde mental feminina, que em 2023 estava à beira de um colapso nervoso.
e assim chegamos em 2030, com mulheres menos sobrecarregadas e rotinas mais saudáveis.
de volta ao ano de 2023, essa notícia parece utópica*.
*utopia: situação ou local idealizado; lugar onde tudo acontece de maneira perfeita ou ideal.
divisão igualitária de tarefas domésticas: uma solução tão simples, mas que ainda nos pede muita imaginação para acreditar que um dia será real.
mas, assim como a cada aniversário traçamos nossas metas pessoais para o futuro, também fazemos isso coletivamente, pensando em como serão nossos próximos anos como sociedade.
e, entre milhares de planos, sonhos e chances, fica aquela pergunta martelando baixinho na cabeça:
para que o amanhã seja assim, o que precisamos começar agora?
“a utopia está lá no horizonte. me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. para que serve a utopia? serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” - Eduardo Galeano
a Think Olga construiu um futuro imaginário para comunicar o seu novo estudo “Esgotadas", que investiga porque nós, mulheres brasileiras, estamos mentalmente sobrecarregadas e qual os riscos dessa sobrecarga para a nossa saúde. uma análise necessária e uma comunicação bem feita, que nos transporta para 2030 para refletir o que queremos alcançar até lá.
📂 acesse o relatório completo aqui.
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segundo Joseph Voros, um futurista bem conhecido no campo, com mais de 25 anos de experiência pesquisando e ensinando sobre futuros e perspectivas, o futuro segue três "leis”. ✉️ falei sobre elas na edição #29 - os futuros:
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já ouviu falar na lucky girl syndrome? ela tem tudo a ver com construção de futuros. é uma tendência entre a geração z que fez sucesso no tiktok, mas já está por aqui faz um tempo. ✉️ falei sobre elas na edição #26 - manifestando a fé no futuro:
📂 dica: os links compartilhados por aqui ficam salvos e organizados por tema no banco de teorias, o acervo de links da teoricamente :)
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👩🏼💻 A Teoricamente é escrita por Leticia, profissional de comunicação sempre estudando sobre futuro, comportamento e narrativa. Você pode me encontrar no LinkedIn, no Instagram e agora no Tiktok também (com mais frequência do que deveria).